A maneira como a União Europeia está a lidar com a crise do Euro revela a natureza menos nobre do ser humano. O federalismo como já anteriormente o referi (não quer dizer que seja um dos seus guardiões) é actualmente a única saída para a continuidade europeia. Este tem sido um argumento rejeitado por muitos apoiando-se numa atitude xenófoba muitas vezes disfarçada.
Todos os dias somos confrontados e surpreendidos por declarações de dirigentes europeus em relação aos países periféricos do sul da Europa. Agora foi a vez do comissário europeu alemão Günther Oettinger, ao propor que as bandeiras dos países endividados fossem colocadas á meia haste nos edifícios europeus. Surpreende-me que não tivesse proposto que os cidadãos destes mesmos países passassem a exibir uma estrela na lapela, para que fossem diferenciados como cidadãos europeus de segunda.
A humilhação que sofremos hoje está ligada á subserviência que adoptamos perante as imposições externas do passado e do presente.
União na Europa sim, mas não á custa de alterações constitucionais sem serem discutidas, muito menos impostas por quem não quer ver a verdadeira Europa e que atropela constantemente os símbolos nacionais de cada estado membro.
União na Europa sim, mas não á custa de alterações constitucionais sem serem discutidas, muito menos impostas por quem não quer ver a verdadeira Europa e que atropela constantemente os símbolos nacionais de cada estado membro.
As vozes do descontentamento terão de fazer frente não só á crise financeira, mas sobretudo á crise moral e á falta de liderança objectiva europeia, afastando o espectro de uma morte anunciada.
15 de Setembro de 2011
Nuno Serra Pereira
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