
Este anúncio vem reforçar a necessidade dos Navios Patrulha Oceânicos (NPO), destinados à realização das tarefas de interesse público, que foram reiterados com a promulgação dos Requisitos Operacionais em 1998. Dando início ao processo em curso dos NPO, envolvendo a Marinha, o Arsenal do Alfeite (AA) e os Estaleiros Navais de Viana do Castelo, S.A. (ENVC). De 2001 e 2002 decorreu todo o processo que levou à assinatura do contrato entre o Estado Português e os ENVC, que teve lugar em Viana do Castelo, em 15/10/2002, para o fornecimento do projecto, do Apoio Logístico Integrado (ALI) e de um NPO, tendo ficado o segundo NPO como opcional, situação que veio a confirmar-se, prevendo-se inicialmente a entrega dos 2 navios em 2005. Entretanto, devido a atrasos e dificuldades de diversa ordem, os ENVC têm vindo a solicitar adiamento da entrega dos navios. Os ENVC seriam também beneficiários das contrapartidas do programa de aquisição dos submarinos da classe “Tridente”, adjudicados ao consórcio alemão que iria colaborar no estudo e realização do projecto básico do navio polivalente logístico (NAVPOL/NPL) com vista a um futuro fornecimento das primeiras unidades à Armada Portuguesa.
Toda esta programação de encomendas poderia ter tido um grande significado ao nível da projecção do que poderia ser o futuro dos ENVC com a especialização e posterior entrada no mercado da exportação de navios militares, se não fosse a incompetência da gestão e das políticas do Estado nesta matéria nos últimos anos.
Numa altura em que se fala na revitalização da economia do mar, contratos destes poderiam atenuar o esforço financeiro colocado ao país. Ao contribuir deste modo para a valorização dos activos de conhecimento na construção naval como o relacionamento privilegiado que temos, no âmbito da CPLP, com alguns dos chamados novos países emergentes.
Este é o tipo de iniciativas diplomáticas e económicas que esperamos do novo executivo, a programação e a continuidade, a promoção da excelência daquilo que é Português como forma de atingir os níveis produtivos desejados.
A vontade de fazer tem de ser imediata, senão só nos resta … vê-los passar!
Lisboa, 14 de Julho de 2011.
Nuno Serra Pereira