Não se pode atribuir às agências de notação financeira a culpa do mau momento porque passa a Europa, nomeadamente nos países mais frágeis e por sua vez a própria sobrevivência do euro.
Imaginar que existe um conluio internacional encabeçado pelos EUA, para deitar o Euro abaixo, parece-me ser uma má resposta de Bruxelas que apenas procura bodes expiatórios para explicar o que cada vez mais se torna evidente.
O que falhou até agora foi a conjugação da política fiscal dos países europeus com a política monetária do Banco Central Europeu (BCE). As agências de notação não têm culpa de que os países europeus não tenham todos a mesma política orçamental. Com isto não quero dizer que estas agências não tenham um poder excessivo nas tomadas de decisões por parte de quem decide as linhas orientadoras das políticas monetárias, sendo necessária uma maior e mais rigorosa regulamentação da sua actividade e a atribuição de uma importância relativa conjecturada com outros indicadores não menos importantes.
Os últimos desenvolvimentos sobre as dívidas soberanas da Itália e da Espanha e perante a ameaça de alastramento das dificuldades a toda a Europa, fez reagir os líderes dos 27 dando abertura à discussão de medidas e soluções imediatas. Assuntos como o incumprimento, reestruturação e partilha da dívida soberana irão certamente ter uma implicação directa, na caminhada para uma união orçamental, com transferências indirectas de dinheiros públicos entre os países da zona euro.
Esta é sem dúvida uma evolução positiva e consequente da política económica europeia, efectivando a mobilização do dinheiro europeu na recompra da dívida grega, aliviando a situação do país. Ou seja permitindo a reestruturação da dívida, andámos no fundo a adiar o inevitável.
Os líderes europeus ao demonstrar estarem abertos a um perdão parcial da dívida pública grega e à descida dos juros cobrados em parte dos empréstimos contraídos, estabeleceram um precedente para o caso de Portugal e desde logo a compreensão de que estas medidas serão essenciais para a solvabilidade dos países periféricos europeus.
Está na hora de clarificar e acabar com os vícios da velha Europa e encontrar modelos sistémicos sustentáveis para uma renovação Europeia.
Lisboa, 13 de Julho de 2011.
Nuno Serra Pereira
Imaginar que existe um conluio internacional encabeçado pelos EUA, para deitar o Euro abaixo, parece-me ser uma má resposta de Bruxelas que apenas procura bodes expiatórios para explicar o que cada vez mais se torna evidente.
O que falhou até agora foi a conjugação da política fiscal dos países europeus com a política monetária do Banco Central Europeu (BCE). As agências de notação não têm culpa de que os países europeus não tenham todos a mesma política orçamental. Com isto não quero dizer que estas agências não tenham um poder excessivo nas tomadas de decisões por parte de quem decide as linhas orientadoras das políticas monetárias, sendo necessária uma maior e mais rigorosa regulamentação da sua actividade e a atribuição de uma importância relativa conjecturada com outros indicadores não menos importantes.
Os últimos desenvolvimentos sobre as dívidas soberanas da Itália e da Espanha e perante a ameaça de alastramento das dificuldades a toda a Europa, fez reagir os líderes dos 27 dando abertura à discussão de medidas e soluções imediatas. Assuntos como o incumprimento, reestruturação e partilha da dívida soberana irão certamente ter uma implicação directa, na caminhada para uma união orçamental, com transferências indirectas de dinheiros públicos entre os países da zona euro.
Esta é sem dúvida uma evolução positiva e consequente da política económica europeia, efectivando a mobilização do dinheiro europeu na recompra da dívida grega, aliviando a situação do país. Ou seja permitindo a reestruturação da dívida, andámos no fundo a adiar o inevitável.
Os líderes europeus ao demonstrar estarem abertos a um perdão parcial da dívida pública grega e à descida dos juros cobrados em parte dos empréstimos contraídos, estabeleceram um precedente para o caso de Portugal e desde logo a compreensão de que estas medidas serão essenciais para a solvabilidade dos países periféricos europeus.
Está na hora de clarificar e acabar com os vícios da velha Europa e encontrar modelos sistémicos sustentáveis para uma renovação Europeia.
Lisboa, 13 de Julho de 2011.
Nuno Serra Pereira
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