Ainda há pouco com a tomada de posse dos Secretários de Estado do XIX Governo Constituciuonal se completou o novo executivo. Já há quem aponte a juventude e alegada inexperiência de grande parte dos seus membros como um ponto a seu desfavor. É verdade que a média de idades é baixa. Mas se uma renovação da classe política não se faz só com gente nova seria difícil de se perceber que se tentasse fazer sem essa característica. Julgo que uma das chaves do sucesso de uma boa equipa será o seu equilíbrio entre experiência e inovação, entre maturidade e energia e dinâmica. E claro uma liderança que saiba coordenar, delegar e decidir.
Se a orgância de um governo tem a sua relevância, quem dirige, quem gere equipas e orçamentos é que pode fazer toda a diferença, ainda para mais num contexto como o actual. O delinear de hierarquias, de organizar prioridades e afectar-lhes os recursos materiais e humanos em conformidade ganha um significado redobrado. Eu diria mesmo uma importância vital no que diz respeito ao sucesso da actividade governativa significar o sucesso de Portugal enquanto país independente (dentro do que ainda é possível), viável e são.
Se os dois partidos que constituem uma maioria parlamentar que originou o actual executivo devem mais do que trabalhar em conjunto, trabalhar em sintonia sistemática, pois o executivo ainda que bicolor é só um e deve ser uno - o governo de Portugal, ou da República Portuguesa para quem preferir a designação oficial. O programa de governo resultou de um acordo entre os dois e dele não pode nem deve haver desvios que comprometam a coligação e sobretudo o país que tenta ultrapassar, com custo e esforço colectivo, as dificuldades presentes.
Nesta linha de postura e acção também a oposição, não deixando de o ser, deve ter uma postura de Estado, de responsabilidade e ser o mais rigorosa que conseguir, até porque no que diz respeito ao Partido Socialista está vinculada a um acordo para obtenção do grande empréstimo concedido pelo triunvirato União Europeia/Banco Central Europeu/Fundo Monetário Internacional. Posturas recentes do PS, quero crer fruto da disputa interna (bastante árida e insípida) pela sua liderança, desviam-se largamente deste perfil de oposição. O Parlamento e o País não vão compreender se o trilho permancer imutável. Para além de manifestar-se incompreensível vai revelar-se nefasto para o percurso que devemos, enquanto povo e país, seguir para cumprimos os nossos compromissos e entrarmos com uma maior firmeza na rota do crescimento e do desenvolvimento.
O Governo está constituído. O programa de governo está aprovado. A governação deve ganhar ritmo e prosseguir o que ainda agora começou. Não é fácil, nem sequer estado de graça existiu (seria um luxo se se verificasse, e os luxos cada vez pagam-se mais caros...). Vamos ver se começa tudo em sintonia, de agulhas acertadas e pelos carris correctos. A Grande Estação aguarda-nos e somos nós todos, não só o governo, que temos de fazer todo o caminho.
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