segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

O Fado. O Nosso Fado. O Fado de Todos.

O Fado classificado recentemente pela UNESCO como património imaterial da Humanidade é daqueles acontecimentos que nos deve encher de orgulho e satisfação por vários motivos, sendo certo que a manutenção do título também deverá ser acautelada.
Um dos aspectos mais gratificantes é que o reconhecimento de uma organização internacional como a UNESCO traduz a expansão e o apreço à escala universal que o Fado alcançou. Pessoas de diversas nacionalidades, muitas vezes não compreendendo a língua portuguesa, sentem e vivem o espírito, ou a alma se preferirem, do Fado. Sentem o Fado e algumas são já intérpretes do Fado. Dá uma forte componente de cosmopolitismo, de valor à diversidade cultural e em simultâneo de reforço da identidade e da tradição portuguesas. E se o galardão em si mesmo poderá não causar crescimento e potenciar o Fado, uma utilização inteligente e estruturada dessa nova categoria poderá dar os seus frutos.
Ao ser integrado numa estratégia nacional de articulação próxima e profícua entre o sector cultural e o sector económico/turístico, como de resto o governo tem na calha, o Fado pode ser uma forte componente da dita marca Portugal. As vantagens são inúmeras e de peso. Ao ser feito este trabalho de valorização e promoção, com suporte também neste reconhecimento internacional, para além de se estar a divulgar e disseminar a cultura portuguesa através da língua, da música, dos nossos poetas, músicos e intérpretes está a reforçar-se a vertente económica e social desta tão importante actividade cultural.
Ao conseguirmos reconhecer o Fado como uma expressão artística, de comunicação, de sentir humano, quase como uma ("estranha") forma de vida que extravasa o campo das artes e da estética musical em concreto, em paralelo com o facto de ser também (reforço o também) um produto turístico que deve contribuir para o nosso desenvolvimento sócio-económico estamos a enriquecer o Fado e a nós próprios. Em nada o ou nos diminui tal consideração. Muito pelo contrário pelo que precisamente acabei de expressar.
Utilizar a poesia, o canto da mesma, a música, as sonoridades das guitarras clássica e portuguesa, a arte do espectáculo como ondas de força neste oceano de dificuldades mas também de oportunidades que devemos aproveitar. É a forma mais bela, sem dúvida, mas também porventura a mais eficiente e eficaz de dinamizar este país e todos os que nele habitam ou que a esta Pátria pertencem.

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