Está oficialmente inaugurada a Capital Europeia da Cultura 2012. Como sabemos, nem sempre pelos melhores motivos, é Guimarães. Vencimentos, comissão de vencimentos, Fundação Cidade de Guimarães, gestão do projecto foram assuntos polémicos ao longo do ano transato. Polémicas aparte, embora não sei se completamente ultrapassadas, as actividades culturais e a dinâmica da programação arrancou.
Contou com a presença do Presidente da Comissão Europeia que anunciou um aumento de 37 % proposto para o programa "Europa Criativa", o que significa um montante global de 1800 milhões de euros para o próximo ciclo. Sublinhou o que tanta e tantas vezes tenho sublinhado também sobre a importância real e instrínseca da Cultura, o seu valor económico e social, o seu contributo para a criação de emprego, o que justifica plenamente o aumento de investimento anunciado por Durão Barroso. Cerca de 3,5% a 4% do produto interno europeu está directamente ligado às industrias culturais e criativas. Chegou mesmo a referir algo com o qual concordo em pleno e que deve produzir efeitos práticos por todo o espaço europeu, incluíndo Portugal naturalmente "sem Cultura, a Europa não faz qualquer sentido".
É preciso ter presente e convem relembrar a importância destas iniciativas no âmbito da União Europeia e o seu papel de relevo para o conhecimento a uma escala internacional das cidades e regiões que acolhem estes projectos culturais. Enriquecimento da União assente na diversidade regional e cultural, dinamização não só cultural mas também económica e social como mencionado, são aspectos que quando correctamente geridos, programados e divulgados podem constituir mais-valias de natureza diversa para a Europa, os Estados membros e as suas populações.
O turismo como um dos sectores chave da economia nacional (e europeia também, nomeadamente o turismo cultural) não poderá desperdiçar esta oportunidade e deverá mais uma vez servir de ponte entre cultura, economia e sociedade, com resultados que se prolonguem para além do próprio ano de 2012.
O Primeiro-ministro que usou da palavra na cerimónia referiu que apesar dos tempos de crise e de austeridade a cultura nunca deverá ser vista como menor nem ser medida exclusivamente pelas verbas consignadas em sede de orçamento de Estado. Que estas palavras que quero ter como sábias sejam um espelho real da actividade governativa nesta matéria.
Sem comentários:
Enviar um comentário