domingo, 1 de maio de 2011

Uma Realeza de futuro

O casamento do Príncipe William do Reino Unido tomou a atenção do mundo inteiro, potenciado pela transmissão televisiva, como já havia acontecido no casamento de seus pais, mas sobretudo pelos canais da internet batendo todos os records de audiências e sublinhando ainda mais o carácter globalizado do mundo em que vivemos.

Este acontecimento mais do que uma celebração social teve um significado político para o Reino Unido em particular e para a afirmação da monarquia em geral. A projecção internacional que a família real inglesa consegue ter deve-se ao lado ritual, simbólico e imagético próprios desta monarquia, com a sua capacidade de adaptação, de evolução, como ultrapassa as adversidades, como conjuga tradição e modernidade e em grande medida pelo papel que a Commonwealth desempenha à escala global.

É-me inevitável faze um paralelo com Portugal, que não tem monarquia e não consegue ter um papel agregador no seio da CPLP. A forma ímpar como o Reino Unido, nomeadamente a família real, utiliza essa comunidade de países nos cinco continentes, a língua inglesa enquanto instrumento de afirmação cultural e económica deve ser um exemplo a ter bem presente.

A dimensão política e diplomática, lato senso, da monarquia ainda dita muito nos tempos actuais. No passado dizia-se que o sol nunca se punha no vasto império britânico. Na actualidade é a monarquia que ainda vai dando algum brilho, alguma luz solar a uma nação inserida na nebulosa crise global.

Em textos anteriores noutros fora já referi que não concordo com a expressão "é uma rainha de inglaterra" quando alguém quer referir que não tem poderes efectivos. A rainha ou o rei têm um papel político efectivo consagrado em qualquer monarquia constitucional. Longe de serem figuras meramente decorativas possuem funções específicas quer junto do poder legislativo quer do executivo, para além de serem intérpretes de excepção da vontade popular.

A monarquia no Reino Unido consolidou-se ainda mais, corresponde às ambições do povo, ao contrário da República Portuguesa que proíbe o povo de se pronunciar sobre o regime que deseja. A noção de súbtido está perfeitamente articulada com a de cidadão, com os seus direitos e os seus deveres.

É caso para dizer com o devido respeito e lembrando-me de um artigo do Camilo Lourenço, Aníbal aprende com a Isabel!

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